segunda-feira, 15 de março de 2010

Louco por você

Porque decidir viver assim?
Sem se entregar com toda força que se pode deixar?
Porque resistir tanto, se deixar apegar a todo esse prazer e melancolia que só a solidão pode oferecer?

Gostaria de te ver assim em minha memória,
assim no ar, correndo livremente deitada,
sem que minhas mãos pudessem te ver.

E assim, seria mais completamente intocável que a leve e tênue sensação de não morrer ao teu lado, para que tudo fosse tão perfeitamente planejado sem que o criador de tudo isso não me instigasse a ver um futuro melhor.
Ou que simplesmente decidíssemos viver toda essa energia, cósmica, brilhante que de tanto encanto não nos deixaria levantar desse desejo penetrante de um olhar.

Só um olhar.
E mais nada precisaria ser dito, nem pensado, e nem tocado.
Porque tenho você dentro de mim, ainda que por toda distância, ainda em meus pensamentos.
E como não querer morrer nessa adorável sensação?
Porque resistir trancado em si?
Liberto tudo que me prende!
Sou em suas curvas, em silêncio, esse arrepio, o medo que há antes de uma decisão;
sou quem você esperou durante toda existência e agora encontra conforto em cima de mim.
Porque somos o som do próprio romance, próprio, aguardando seus protagonistas;
somos aquele preço alto que muitos anseiam, e não tivemos que pagar absolutamente nada.

Eis que o próprio amor se apaixonou por essa combinação inusitada e invejada que nem se espera!
E até mesmo o próprio tempo confuso ficou;
nem entendeu como algo assim que transcende a sua própria dimensão se encontrou.

E não haverá quem ouse entender ou decifrar tamanho mistério;
até mesmo o desejo de que tudo aconteça é incerto e não crê em nada que esteja antes ou depois dele mesmo...

Pois somos a união de tudo que jamais existiu, porque atravessamos todos os mundos para sermos perfeitos aqui, e eternamente.





*maio/2009

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