Eu desenhei uma borboleta que apareceu numa carta que continuei escrevendo, a carta que era para mim; ganhei mais espaço num papel de seda e acabei ganhando mais espaço para mim; criei meus sinais e enlouqueci na ausência de um meio que me fizesse ser.
Havia ganhado o presente: voltei ao passado e vi que do outro lado é diferente, não é assim que segura, lá é tudo música de antigamente e
flashes "não olhe que cega". Era tudo muito engraçado, era um sapo. Voltei. Senti que esse é o meio, porque o fim está logo ali no fim dele próprio. Um adeus, a falta. E agora? Não sei se vou aguentar dizer, mas isso não é tudo.
# escrevi isso há muito tempo, tanto tempo que não lembro a data, nem aonde foi; mas escrevi num guardanapo velho e rasgado, e guardei dentro de um caderno onde desde muito muleque escrevo coisas tão sentimentais que chego não acreditar que fui eu que escrevi; e só estou transcrevendo aqui, porque o papel está quase apagando e rasgando... então, para preservar o conteúdo de uma insanidade aleatória...